24 de setembro de 2008

Impacto dos AGROCOMBUSTÍVEIS no meio ambiente.


- Desmatamento na Amazônia e no Cerrado;
- contaminação por agrotóxicos;
- ameaça à soberania alimentar de pequenos agricultores e
- concentração de renda e da terra são alguns dos impactos causados pela expansão de culturas que podem ser usadas para a produção de biodiesel no Brasil.

Em "O Brasil dos Agrocombustíveis - Palmáceas, Algodão, Milho e Pinhão-Manso - 2008", a organização Repórter Brasil relata projetos de expansão dessas culturas instalados ou em andamento, como é o caso do dendê, na Amazônia, e do algodão, nas áreas de Cerrado das regiões Centro-Oeste e Nordeste.

No caso do dendê, segundo o estudo, uma das maiores preocupações é com as propostas de mudança no Código Florestal, que visam permitir a recuperação de reservas legais com espécies exóticas.

Tais medidas podem incentivar a monocultura na Amazônia, causando desmatamento e trazendo impactos para a biodiversidade da floresta.

Corporações estrangeiras começam a implantar projetos na região, como o caso da empresa Felda, da Malásia, no município de Tefé (AM), e da Biopalma, de capital canadense, no Pará. Além do dendê, outra palmácea analisada pelo relatório é o babaçu.

Já o algodão avança sobre as áreas de Cerrado, que não contam com sistema de monitoramento por satélite específico como a Amazônia.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, estão em risco pelo menos seis áreas de alta biodiversidade do Cerrado diante do crescimento das lavouras de algodão.

No caso de impactos trabalhistas, cinco fazendas da cultura estão na "lista suja" do trabalho escravo divulgada pelo governo, e 431 trabalhadores escravos foram libertados nessas áreas.

O milho não é utilizado para a produção de combustível no país, mas seu uso nos EUA para a fabricação de etanol explica o avanço da área plantada da cultura na última safra.

Essa expansão, porém, tem ameaçado a manutenção de práticas tradicionais de cultivo, sufocando espécies crioulas do grão existentes no Brasil. Esse impacto deve se intensificar com a liberação recente de sementes transgênicas de milho.

O uso de pinhão-manso ainda é incipiente e apenas neste ano os produtores conseguiram seu registro como espécie junto ao Ministério da Agricultura, mas, mesmo assim, a cultura já atrai a atenção de grandes investidores. A empresa espanhola CIE Automotive apóia empreendimentos, por exemplo, em Minas Gerais e Mato Grosso. O pinhão é cobiçado pela alta concentração de óleo na semente, mas parte dos especialistas considera ser necessárias mais pesquisas.

Este é o segundo relatório da série produzida pelo Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis da ONG Repórter Brasil.

O primeiro, lançado em abril deste ano, em Buenos Aires, durante encontro da Mesa Redonda da Soja Sustentável, analisou os impactos causados pela soja e pela mamona.

O próximo, exclusivamente sobre cana-de-açúcar, será lançado em dezembro próximo. Para a realização deste trabalho, quatro pesquisadores da ONG Repórter Brasil percorreram 11 Estados brasileiros - Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pará, Amazonas, Maranhão e Tocantins - e um total de 25 mil km.

FONTE: Amazônia org

2 comentários:

  1. Opa, parabéns pelo post... bem interessante. Moro aqui em Palmas - TO e as conversas sobre os agrocombustíveis ou melhor ... Biocombustíveis é intensa... a proliferação do Pinhão manso ... é até assustador, porque se forem plantar tanto quanto comentam... vai ser complicado ... o Estado possui apenas usinas de capacidade de produção de 360 metros cúbicos/dia de óleo, utilizando a mamona como matéria-prima.

    São cerca de três mil famílias que já atuam no plantio do vegetal em 40 municípios tocantinenses, somando oito mil hectares... ou seja ... já há um número forte ... e isto vai só aumentando ...

    Eu sou Engenheira Ambiental ....ou seja ... não sou uma Ambientalista doida ... que sai por aí contra tudo e todos... mas eu acredito em um Desempenho Ambiental ... e creio que isto pode ser benéfico a economia do país desde que seja com muito estudo e um bom desenvolvimento...

    Mas vamos ver até que ponto ... vão chegar estes "impactos" vindos deste crescente mescado que anda sendo os Agrocombustíveis..
    Abraços
    Daiane Santana
    VivoVerde

    ResponderExcluir
  2. Sempre há de se lembrar que a moeda tem dois lados.
    Sustentabilidade, esse deve ser o lema.

    ResponderExcluir

Em outros blogs